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Archive for Junho, 2011

Depois de nos passados dois meses me ter deslocado a Fátima por duas ocasiões, e ter vislumbrado as famosas setas amarelas acompanhas neste caso da versão azul (caminhos de Fátima), creio que era adequado regressar aos Caminhos do Apóstolo Santiago.

As mini férias proporcionadas pelos feriados de 10 e 13 de Junho (St. António em Lisboa), eram o fim-de-semana mais do que apropriado para realizar o Caminho Português de Santiago desde a Cidade do Porto.

1º Dia – 10 de Junho de 2011: Porto – Ponte de Lima (90 kms)

Ainda não tínhamos tomado o pequeno almoço e já havíamos percebido que não eramos os únicos bicigrinos a caminho de Santiago, porém longe estavamos de imaginar a quantidade de gente que iriamos encontrar ao longo de todo o caminho.

O caminho iniciou-se com um belo passeio matinal à beira do Douro em direcção à Sé do Porto, local onde adquiriríamos a credencial do peregrino. À semelhança do que aconteceu com o troço de ligação do caminho françês, também aqui ficamos surpreendidos com a quantidade de ciclistas que aquela hora pedalavam naquele trajecto.

Tempo para a foto da praxe e perceber que não éramos de facto os únicos a ter escolhido estes dias para realizar o caminho.

Junto à Sé do Porto

Depois da foto, momento de procurar a 1ª seta amarela que nos indicasse o caminho. Após algumas dúvidas iniciais lá conseguimos seguir caminho pelas ruas do Porto, e quando alguma hesitação surgia prontamente nos era indicado qual o caminho a tomar, o que demonstra a familiaridade dos locais com o caminho.

Foi necessária grande parte da manhã para sair da malha urbana da cidade, pelo que este primeiro dia foi na sua grande maioria percorrido por estradas municipais.

Em São Pedro de Rates entre os preparativos para um matrimónio, o pároco local ainda teve oportunidade para carimbar as credenciais 🙂

São Pedro de Rates

Nota alta para a entrada em Ponte de Lima, pelo interior do parque da vila junto à margem do rio e com a Ponte Romana ao fundo. A noite foi passada no albergue de peregrinos de Ponte de Lima, um dos melhores albergues que já tivemos oportunidade de conhecer.

2º Dia – 11 de Junho de 2011: Ponte de Lima – Barro (105 kms)

A ausência do João era notória neste segundo dia, pois fomos quase os últimos a sair do albergue!

Este segundo dia era o mais complicado do caminho, com a impossível subida da Labruja. Esta subida não era possível de ser realizada em bicicleta, algo que não encontramos em todo o caminho Françês cujo todos os trilhos eram cicláveis e nas situações mais complicadas havia o percurso alternativo para bicicletas como aconteceu na subida do Cebreiro.

No topo da Labruja

Em compensação este segundo dia foi o mais fantástico em paisagens e trilhos, de salientar também a passagem pela ponte entre Valença e Tuy e a entrada nesta localidade.

Demoramos mais de 1h a atravessar esta ponte 🙂

Passagem ainda pela cidade de Pontevedra, local que inicialmente haviamos definido como o termino do 2º dia, mas dada a grande afluência de bicicletas no caminho optamos por andar mais alguns quilómetros para evitar a confusão, pelo acabamos por escolher a localidade seguinte com oferta de albergue. Interessante o albergue que encontramos, a estadia foi totalmente grátis uma vez que o albergue não tem porteiro, o peregrino apenas tem que fazer uso do albergue e deixá-lo tal e qual como o encontrou. Foi um serão simpático com os restantes peregrinos que ali se encontravam!

3º Dia – 12 de Junho de 2011: Barro – Santiago de Compostela (55 kms)

Novamente os últimos a sair do albergue 🙂 mas hoje o fim do caminho já estava muito próximo.

O dia começou frio e a ameaçar chuva, e o caminho apesar de curto revelava alguma exigência com um sobe e desce constante.

Á medida que nos aproximávamos mais peregrinos de bicicleta surgiam, alguma satisfação por não estar só nesta epopeia, mas creio que muitos deles não tinham em conta que o Caminho de Santiago não é uma simples meta entre um ponto e outro, devendo também ter em conta que o caminho não é exclusivo das bicicletas e que outros peregrinos se encontram ao longo do caminho.

Alguns minutos passavam das 12h quando chegamos a Santiago de Compostela e a entrada na praça do Obradoiro desta vez a ser realizada de forma diferente do caminho Françês.

Momento para celebrar e para a fotografia da praxe.

Mais dois!

4º Dia – 13 de Junho de 2011: Regresso a casa

Algum dia teríamos que ser os primeiros a acordar, e o comboio matutino assim o exigia, pelo que eram 5h00 em Espanha quando saímos do seminário menor em direcção à estação dos comboios…ou seja, aquela hora ainda havia sardinhas e folia à solta por Lisboa!

A viagem de regresso foi efectuada na companhia do amigo Paolo que havia realizado o caminho françês, também ele em Bicicleta e ia regressar a casa via Porto. Pelo que a longa viagem pareceu mais curta na sua companhia, e a nossa geografia Italiana melhorou consideravelmente com as descrições dos seus passeios pela terra natal.

Chegados ao Porto demos uma ajudinha a Paolo para encontrar uma forma de empacotar a bicicleta para meter no avião, tarefa essa que não se mostrou nada fácil, mas após a visita a 4 lojas de bicicletas e outras tantas de ferragens lá conseguimos levar avante a nossa missão.

Após a despedida, o regresso a Lisboa com uma passagem obrigatória pela Lourdinhas Badalhoca para almoçar….a bela da sandes de presunto (em dose tripla :)).

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