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Archive for Abril, 2012

80km – 1800m de acumulado
Após uma “bela“ noite nuns colchões bem durinhos, lá partimos para a nossa segunda etapa pela fresquinha. Esta etapa prometia, logo nos primeiros 30 km, até Barranco do Velho, seriam 1030 m de acumulado num constante sobe e desce, a que a serra algarvia já nos tinha habituado no dia anterior.

As paisagens faziam-nos esquecer essas mesmas dificuldades por momentos, e as paragens para o momento “kodak” eram uma das formas de nos distrairmos e convivermos no interior Algarvio.

Encontro imprevisto com o Rally de Portugal! Chegados a Parizes damos de caras com malta da equipa do Sebastien Loeb, que estavam a controlar os treinos da equipa da Citroen. Ficamos um pouco a observar, o que nos permitiu tirar uma foto com o carro de treino, descaracterizado, do companheiro de equipa do Loeb.

Este encontro abriu-nos o apetite, e como já eram horas…. aproveitamos para petiscar e tapar o buraco, nada melhor que um cafezinho típico onde podemos comer quatro sandes de presunto e queijo, no chamado pão tradicional, mais quatro coca colas e outros tantos cafés pela brutalidade de 8 euros…tudo. Está visto que os algarvianos, pelo menos os do interior, sabem receber 😉

Em conversa com os donos, este simpático senhor da foto e a sua esposa, que tão bem nos serviu, ficamos a saber que os 10 km até Barranco do velho seriam feitos em grande velocidade, tal era a baixa dificuldade que nos esperava. Deu para nos alegrar mas com o que já tínhamos passado, eram pensamentos muito positivos, pensamentos que vieram a revelar-se extremamente optimistas. A parte final, a chegar a Barranco do Velho, foi bem dura…

já tínhamos pedalado imenso e o cansaço apoderava-se do grupo. O David à espera do que não vinha 🙂

Alguma indecisão em retomar o percurso correcto da Algarviana, levou-nos ao encontro de uma curiosa dupla do Rally, Os “Macierrrás” 🙂

Oportunidade para conhecer duas peças francesas do Rally de Portugal que faziam parte de uma equipa participante, cujo as únicas palavras que sabiam dizer em bom Português era MacierrÁ e Vinho do PorrtO, óbvio que eram ditas com sotaque francês…claro que também não perdemos tempo para lhes dizer que o líquido precioso naquelas bandas era o MedroNHO 🙂
estes alegraram o grupo para mais uns valentes km’s que tinhamos pela frente.

Após a conquista de mais um cabeço Algarviano, deparamo-nos com este Moinho, ex-líbris da Via Algarviana.

A seguir era a descida do dia, em 5 km vencer um desnível de -300 m, metade das pastilhas deve ter ficado por ali, pelo menos o cheiro pairava no ar…será isto poluição?!

Mais alguns quilómetros, após a bela descida, chegou a hora da sandoxa à beira da estrada pouco antes de chegarmos a Salir, preparada antecipadamente em Cachopo.

Em Salir foi tempo de mais doping, mais quatro colas num cafezito catita. Onde uma telefunken, pastilhas gorilas e um telefone de disco ainda faziam parte da mobília.

Onde o dono era um afamado tirador de cerveja e a dona nos ofereceu amêndoas acabadas de descascar.

Apesar do pior já ter passado, entre Salir e Alte, ainda nos esperavam algumas subiditas de registo, como a que aparece na foto, que foi feita quase toda à mão, pelo menos pela maioria, tal era a dureza do terreno.

O Angel sempre on-fire nas subidas…. O merecido descanço à espera dos restantes elementos e carregavam as bikes a pé.

O fim da etapa era em São Bartolomeu de Messines, Emanuel e o Angel, os duros…Ainda foram mergulhar na piscina da Ti Raquel, que permitiu que tirassem o pó e suor na piscina…mas ao que parece, a água estava fria, pois tão depressa como entrou, logo saiu 🙂


Depois do banhinho tomado, duche, fomos até ao centro da vila ver dele, o jantar, e comprar mantimentos para o dia seguinte. O dia seguinte previa-se tranquilo… “vamos contornar a albufeira do Fucho, sempre à mesma cota e depois subimos a Foia e pronto…sem espinhas”. Será que foi mesmo assim?

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Via Algarviana: atravessar Portugal pelo interior Algarvio…

Era o primeiro dia da Algarviana e apesar dos 77 kilómetros ser um dos dias mais curtos, a altimetria próxima dos 2000 metros de acumulado deixava antever um dia bem durinho tendo em conta que a aventura seria realizada em autonomia, 4 amigos, 4 bicicletas, 2 alforges, 2 mochilas.

Saímos do IPJ de Alcoutim e descemos até junto ao Guadiana para tirar a foto da praxe, junto à sinalização da algarviana… 300kms, o Cabo de São Vicente é já ali.

Depois da foto da praxe depressa nos pusemos ao caminho, caminho que de início seguia na margem direita do rio Guadiana depressa começou a subir em direcção à aldeia de Cortes Pereiras, primeira povoação do nosso roteiro, onde tomámos o nosso primeiro café da manhã. Seguiram-se Afonso Vicente, Corte Tabelião, Corte da Seda, Torneiro, Balurco de Baixo… Algumas centenas de metros após Balurco de Baixo tivemos o nosso primeiro encontro com companheiros de aventura, um casal germânico que pretendia aventurar-se até Sagres mas a pé, iam na segunda etapa. Alguma troca de impressões e oportunidade para uma foto de conjunto.

De volta ao trilho, mas não por muito tempo! Logo após deixarmos os caminheiros, um furo, o primeiro de vários contratempos do mesmo género neste primeiro dia. O piso a revelar-se muito exigente, com imensa pedra. Ao todo, 4 furos neste primeiro dia. O Angel foi o primeiro, acontecimento que pôs o João a pensar na vida…e que permitiu que os nossos companheiros germânicos nos alcançassem.

Após mais uns montes e vales ultrapassados, era a vez do David furar, desta vez a roda da frente, quando nos preparávamos para descer para a Ribeira da Foupana. O rasto de um inverno atípico era bem visível nas inúmeras linhas de águas cruzadas que praticamente não apresentam caudal. Não fora esse facto e teriamos molhado em muitos casos muito mais que os tornozelos!!

O caminho era duro, a temperatura elevada e as pequenas aldeias da serra algarvia sucediam-se umas atrás das outras, no entanto a dimensão de muitas destas aldeias não tinha muito mais para oferecer do que uma fonte de água! Encontramos mais tarde dois estabelecimentos comerciais, mas também nestes só era possível saciar a sede.

Após a subida bem difícil que nos levaria até Corte de São Tomé, conhecemos uma tasca muito sui generis, aproveitando para uma converseta com o taberneiro e uma bebida refrescante à sombra dos seus bonés…já que comida seria difícil nestas paragens.

E lá seguimos viagem após as suas lamentações… Seguiu-se Furnazinhas, onde pretendíamos comer qualquer coisa mas não conseguimos arranjar no café da aldeia onde conhecemos um casal britânico que percorria o allgarve no seu tandem…

É já com o défice de calorias em alta que ocorre um dos momentos mais memoráveis de toda a algarviana. Chegados a mais uma das pequenas localidades perdidas na serra algervia e sem encontrar sinais de um café por perto, fomos atraídos pelo algazarra que insurgia de uma das moradias, que apesar dos vários barris de imperial que apresentava no jardim não aparentava tratar-se de um café ou restaurante. Questionando os moradores acerca do local mais próximo para almoçar, eis que a resposta foi:

            – Dêem a volta ali por trás e entrem cá para dentro!

 Maravilhoso, o amigo Orlando e toda a restante família e amigos faziam um grande almoço, Galo do Campo estufado e convidaram-nos a partilhar a mesa com eles.

Galo caseiro (até as miudezas levaram sumisso), vinhaça, café e medronho. E agora vontade de pedalar? 🙂

Indescritível a simpatia do amigo Orlando e toda a restante família e amigos que depressa mostraram a hospitalidade Algarvia convidando-nos a provar rico pitéu. Um muito obrigado a todos, ah e o Galo estava uma maravilha.

De volta ao pedal senão não chegamos a Cachopo. E como ficou o difícil a orografia daí para a frente, com a barriga a não ajudar nos primeiros instantes. Surgiam rampas bastante íngremes e pedregosas que com o peso extra dos alforges se tornavam bastante complicadas de superar.

Paragem em Vaqueiros para refrescar, pois as temperaturas continuavam altas, e a saída da localidade a ser feita na companhia do pequeno amigo que ainda deve estar à espera de se ver na net.

Até aqui o algarve já se tinha mostrado ser de difícil travessia pela sua orografia, contudo depois de Vaqueiros ainda nos aguardavam valentes subidas, as quais já no fim do dia se revelaram muito duras e desgastantes, e onde apenas a cara simpática de uma velhinha que conhecemos em Amoreira nos alegraria até chegarmos a Cachopo.

Chegando a Amoreira, foi com esta rica senhora que tivemos a conversa mais interessante de toda a travessia 🙂

Mais meia dúzia de quilómetros e chegaríamos a Casas Baixas onde nos aguardava a Dona Idália na antiga escola primária, agora convertida em alojamento rural, contudo e apesar de reserva feita não poderíamos pernoitar ali por falta de espaço. Então, a Senhora levou-nos na sua carrinha até Cachopo, que distava 3 kms, onde nos arranjou local de dormida. Ao chegar a Cachopo fizemos o negócio de uma vida, comprando duas câmaras de ar de pipo fino, esquecidas há anos na oficina de motas de Cachopo, pela módica quantia de 5€ uma e a outra, igual, por 4€.

“Uma vergonha de preço… o que são 5 euros… é o que está marcado…! Qual levam a de 5 ou de 4?”

Havendo três raros exemplares, iguais, dois marcados com 5 euros e um outro com 4 euros, ainda tivemos opção de escolha… Depois de nos instalarmos no novo alojamento tratámos de comprar mantimentos para o dia seguinte e procurar janta pelos restaurantes da vila, também um belo repasto onde a entrada nos deixou a salivar por mais, queijo fresco de cabra com mel… Voltando aos nossos aposentos eram horas de remendar câmaras de ar e lavar alguma roupa. Para secarmos a roupa resolvemos acender o recuperador de calor, ideia que se revelaria bastante eficaz.

Antes de nos irmos deitar ainda houve tempo para espreitarmos as cartas militares, com o percurso, onde pudemos verificar que ainda faltavam muitas serras algarvias para transpor. O segundo dia ia ser um dia difícil…igual ao primeiro…

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A Algarviana em Fotos

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