80km – 1800m de acumulado
Após uma “bela“ noite nuns colchões bem durinhos, lá partimos para a nossa segunda etapa pela fresquinha. Esta etapa prometia, logo nos primeiros 30 km, até Barranco do Velho, seriam 1030 m de acumulado num constante sobe e desce, a que a serra algarvia já nos tinha habituado no dia anterior.
As paisagens faziam-nos esquecer essas mesmas dificuldades por momentos, e as paragens para o momento “kodak” eram uma das formas de nos distrairmos e convivermos no interior Algarvio.
Encontro imprevisto com o Rally de Portugal! Chegados a Parizes damos de caras com malta da equipa do Sebastien Loeb, que estavam a controlar os treinos da equipa da Citroen. Ficamos um pouco a observar, o que nos permitiu tirar uma foto com o carro de treino, descaracterizado, do companheiro de equipa do Loeb.
Este encontro abriu-nos o apetite, e como já eram horas…. aproveitamos para petiscar e tapar o buraco, nada melhor que um cafezinho típico onde podemos comer quatro sandes de presunto e queijo, no chamado pão tradicional, mais quatro coca colas e outros tantos cafés pela brutalidade de 8 euros…tudo. Está visto que os algarvianos, pelo menos os do interior, sabem receber 😉
Em conversa com os donos, este simpático senhor da foto e a sua esposa, que tão bem nos serviu, ficamos a saber que os 10 km até Barranco do velho seriam feitos em grande velocidade, tal era a baixa dificuldade que nos esperava. Deu para nos alegrar mas com o que já tínhamos passado, eram pensamentos muito positivos, pensamentos que vieram a revelar-se extremamente optimistas. A parte final, a chegar a Barranco do Velho, foi bem dura…
já tínhamos pedalado imenso e o cansaço apoderava-se do grupo. O David à espera do que não vinha 🙂
Alguma indecisão em retomar o percurso correcto da Algarviana, levou-nos ao encontro de uma curiosa dupla do Rally, Os “Macierrrás” 🙂
Oportunidade para conhecer duas peças francesas do Rally de Portugal que faziam parte de uma equipa participante, cujo as únicas palavras que sabiam dizer em bom Português era MacierrÁ e Vinho do PorrtO, óbvio que eram ditas com sotaque francês…claro que também não perdemos tempo para lhes dizer que o líquido precioso naquelas bandas era o MedroNHO 🙂
estes alegraram o grupo para mais uns valentes km’s que tinhamos pela frente.
Após a conquista de mais um cabeço Algarviano, deparamo-nos com este Moinho, ex-líbris da Via Algarviana.
A seguir era a descida do dia, em 5 km vencer um desnível de -300 m, metade das pastilhas deve ter ficado por ali, pelo menos o cheiro pairava no ar…será isto poluição?!
Mais alguns quilómetros, após a bela descida, chegou a hora da sandoxa à beira da estrada pouco antes de chegarmos a Salir, preparada antecipadamente em Cachopo.
Em Salir foi tempo de mais doping, mais quatro colas num cafezito catita. Onde uma telefunken, pastilhas gorilas e um telefone de disco ainda faziam parte da mobília.
Onde o dono era um afamado tirador de cerveja e a dona nos ofereceu amêndoas acabadas de descascar.
Apesar do pior já ter passado, entre Salir e Alte, ainda nos esperavam algumas subiditas de registo, como a que aparece na foto, que foi feita quase toda à mão, pelo menos pela maioria, tal era a dureza do terreno.
O Angel sempre on-fire nas subidas…. O merecido descanço à espera dos restantes elementos e carregavam as bikes a pé.
O fim da etapa era em São Bartolomeu de Messines, Emanuel e o Angel, os duros…Ainda foram mergulhar na piscina da Ti Raquel, que permitiu que tirassem o pó e suor na piscina…mas ao que parece, a água estava fria, pois tão depressa como entrou, logo saiu 🙂
Depois do banhinho tomado, duche, fomos até ao centro da vila ver dele, o jantar, e comprar mantimentos para o dia seguinte. O dia seguinte previa-se tranquilo… “vamos contornar a albufeira do Fucho, sempre à mesma cota e depois subimos a Foia e pronto…sem espinhas”. Será que foi mesmo assim?